quarta-feira, 11 de maio de 2011

UM ANO SEM LEILA

Minha doce amiga Leila, foi encantar outros lugares.
Partiu há um ano, depois de travar uma grande guerra contra uma doença incurável.
Quando ela me contou do seu problema, o fez com uma calma e aceitação que me surpreendeu.
Leila era uma pessoa feliz, cheia de vida, alegrava onde estava.
Parecia saber das surpresas que a vida nos traz.
Me disse com uma resignação e ao mesmo tempo, uma esperança, que só as mães têm. Pedi a Deus duas coisas:
“-Não queria perder a alegria de viver, também queria tempo.”
Precisava preparar seus filhos para o que desse e viesse.
Como as mães tem grande crédito com Deus, a ela foi concedido mais duas
décadas de vida. Ela merecia esta oportunidade, já que seus filhos eram crianças, ainda dependentes dela.
Leila me dizia que soube preparar seus filhos para serem independentes.  
Não perdeu seu tempo, nem sua alegria, nem sua dignidade. Vivia um dia de cada vez.
Como boa mãe que era, dedicou suas horas a seus filhos, seu marido e ao trabalho. Leila era uma artista talentosa! Soube como ninguém fazer tecer o belo, com aquelas mãos lindas de pianista.
Mas não se esquecia das irmãs, sobrinhos, amigas e todos que passaram por sua vida e fizeram seus dias melhores.
 Quando nos falamos pela última vez, me disse que estava de cama, que havia emagrecido muito e queria ir para a terra do marido, (que ela adorava) para descansar.
Pensei comigo, não verei a Leila no casamento de minha filha!
Sem lágrimas, sem reclamar, sem pedidos recomendações ou qualquer coisa que fosse emocionar, nos despedimos sem a palavra adeus...
Pouco tempo depois, tive a noticia triste que já não estava mais entre nós.
Minha querida amiga, tão boa, alegre, tão cheia de talentos foi passear no céu. Foi alegrar os anjos, tecer maravilhas com fios de luz, das mãos de Maria.

Rosângela Brasil Gontijo- Rosa Negra- 15/09/2010



2 comentários:

  1. Bonito teu espaço, texto sensível e atenção no outro. Gostei

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  2. Ei Rosângela! Cada vez mais admiro sua sensibilidade. Parabéns pela homenagem à Leila, grande amiga, grande mulher, grande exemplo, bela até na morte, se foi como uma deusa espanhola, com unhas pintadas e batom vermelho, como merecia e queria ser vista pela última vez. Serena, também acompanhei sua luta, mais por telefone, menos pessoalmente.
    Como foi rápido esse ano! Parabéns por nos lembrar. Abraços,
    Maria Angélica

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