terça-feira, 22 de novembro de 2011

RECONSTRUÇÃO


Como uma virgem
Guarda seu corpo,
Tatuei minhas verdades,
Que acreditava serem absolutas.
Quando a fina seda, deslizou até meus pés,
Me despi do medo!
Tirei máscaras, pendurei-as na parede,
Caída e caiada de cor púrpura.
Meu amor? Foi jogado no chão,pisoteado,violentado...
Coisa para não ser esquecida.
Morri metade no tapete de saída.
Dali voei como se fosse alada.
Retirei meu batom, para falar de amor.
Banhei nas lágrimas soluçantes da dor nascente.
Naquele dia, minha covardia escorreu por entre pedras,
Se esvaindo, se despedindo.
Retirei os saltos, que eram correntes, grilhões.
Pude correr livre, como uma criança.
Dos olhos, arranquei as vendas.
Enxerguei por fora e dentro de mim,
Reconheci pessoas que me amavam.
Não quis tirar os espinhos, aceitei meu destino.
Enxuguei no manto rubro de sangue,da dor pungente.
Coloquei uma veste sem cor, sem flor!
Já não precisava delas,
Compreendi a importância do amor vital.
Meu jardim, havia brotado, crescido, florido...
O passado, apaguei, transformei, dor em luz.
No meu caminho brilham vagalumes.
Reluzem estrelas errantes.
Colorem palavras sementes.
Doces sorrisos amigos,veem perfumar minha essência.

Rosa Negra- rosabgontijo-21/10/2011