terça-feira, 25 de outubro de 2011

GOSTO DO SEU CHEIRO

Sempre gostei.
Quando se aproximava
Sentia que cheirava a trabalho,
Mas, perfumado com o que lidou.

Perfume que lembra namoro, despedida ou chegada,
Saudade, abraço corrido, beijo escondido, libido desesperado.
Seu cheiro trás lembrança, sopro de juventude, coração acelerado...
Namoro na casa dos meus pais.

Gosto do cheiro do homem do campo que galopa a cavalo
Percorre os lugares, apressado, sem tempo.
Abre porteiras, recolhe o gado, sente o tempo, o vento.
Olha o céu, as nuvens, a terra, estará amanhã, seca ou molhada?

Quando vem te prendo em meus braços
Beijos demorados, mãos que acariciam...
Vezes sem conta, abraça-me suado, corado,
Lembra a saúde o homem cansado!

Gosto do cheiro de banho tomado logo que escurece
E em seus braços acolhe-me com beijos de saudade,
Com cheiro de sândalo e cabelo molhado...
Atiça a fêmea que dorme ao seu lado, apaixonada.

Gosto do cheiro do homem elegante
Que veste terno e gravata.
E dança comigo o homem que encanta meus olhos.
E volto a lembrar que no passado usava “Lancaster”

Rosa Negra- Rosabgontijo- 16/09/2008

terça-feira, 18 de outubro de 2011

TISUNAMI

Quando a fúria tomou conta de Poseidon,
Estremeceu o fundo do mar!
Tridão, violento gigante das águas,
Embebedou-se com Dionísio, sugando o mar.
E depois vomitou toda sua fúria.
Com seu tridente, Poseidon levantou,
As mais altas ondas já vistas.

Sem saber o que fazer, elas fugiram para a cidade!
Desesperadas, corriam, invadiam, procuravam abrigo!
Era um mar de águas salgadas, endoidecidas!
Mais salgadas agora, depois da de vastidão.
Com o sal das lágrimas choradas, em cada escombro,
Afogadas na lama, nos lares desfeitos, nos olhares perdidos...

Por ali passou Neneu deixou restos de juncos, folhas marinhas!
Depois veio o carro de Hades, buscar as almas dos mortos,
E restituir, a outros, o dom da vida.
Selene, do céu tudo via, na plácida noite!
Quando tudo passou, renascia Afrodite,
Na espuma do mar, na Ilha De Chipre...

Rosa Negra- rosabgontijo-18/10/2011

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

MINHAS PROFESSORAS DO PRIMÁRIO-1957/1961

GRUPO ESCOLAR AMÂNCIO BERNARDES

Shirley Rose
Professora elegante e bela,
Tinha perfume no nome,
Rosa colhida no caminho da escola,
Levava todo frescor, orvalho da manhã!
Trazia a primavera dentro dela!


Vânia Coutinho
Como uma violeta rara,
Ainda delicada, elegante, discreta...
Ainda com olhos verdes, tão sinceros, tão brilhantes!
Ainda com um sorriso encantador...
Competência absoluta!
Amizade feita, nunca perdida.
Em minha vida, nunca esquecida!


Marlene Oliveira
Professora tão preciosa!
Forte, sábia, educada, amiga.
Que seria ela em minha vida? Um campo, de lírios amarelos,
Ou de margaridas?
Tão simples, generosa, indefinida!
Quando entrava na sala, tudo coloria!
Quanta saudade de sua presença...
Belos tempos, quando sua presença sentia!


Ângela Camilo
Sorte, muita sorte, de quem dela foi aluno!
Além de grande mestra, era grande seu encanto, seu carisma!
Sentia em seus gestos delicados, em seu carinho materno,
Em suas lições de vida, em sua sabedoria infinita,
Um “bouquet” de camélias, ou seriam as orquídeas?
Sei em meu coração agradecido, que nunca foi esquecida!
Minha professora querida, tão amada, tão bendita!



Rosângela Brasil Gontijo-Rosa Negra-19/09/2011

blog-http:rosanegradesamonte.blogspot.com

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

COMERCIANTE

           

A criança que nem entendia as palavras
Pegava garrafas no quintal
Seguia até a esquina.
Queria vendê-las, fazer uns trocadinhos!
       
No armazém do Sr. Chico
Ela mal alcançava o balcão
Na ponta dos pés oferecia as garrafas 
No amigo depositava sua esperança!
      
Mas sempre se esquecia, Comprar ou vender?
Ela decida! Como gente grande, dizia:
- Quero comprar as garrafas!
Sr. Chico corrigia: - É vender minha filha!

Ele dava os trocados e sorria, balançando a barriga.
Dava uma baforada no ar, soltando fumaça do cigarro de palha!
O cachorro deitado era indiferente ao quadro.
Ela descia as escadas, feliz da vida
     
Seguia tentando entender, para a próxima vez!  
Com tanta euforia, já não sabia, o que iria dizer, 
Teria comprado ou vendido,
Toda sua alegria?

Rosa Negra- rosabgontijo-10/08/2011



ALGODÃO DOCE


A menina se encantou,
Quando, na cidade grande, conheceu 
Aquela coisa mágica, desconhecida,
Que derrete na boca!
Em casa quis comer de novo.
Colocou o algodão no caneco,
Jogou açúcar por cima
E mexeu, mexeu!...
Mas nada aconteceu!
O pai ficou bravo, não entendeu
A inocência da menina...

Rosa Negra- rosabgontijo-05/12/2006